Olá! Estou aqui com Karen Smits, para falar sobre colaboração intercultural. Eu sou Wagner Cassimiro, e esse é o Espresso3!
Karen, antes de tudo, o que é a colaboração intercultural?
Na verdade, é importante explicar as duas palavras: colaboração e cultura. A colaboração não é somente trabalhar em conjunto, a colaboração mesmo é um aspecto mais profundo. A colaboração requer que os parceiros compartilhem recursos que possuem um risco entre eles, e eles precisam construir uma relação bastante forte para ter uma confiança entre eles. Então quando eu falo de colaboração é isso que eu quero dizer. Outra palavra é cultura. A cultura não é somente a nacionalidade, cada empresa tem sua cultura, cada profissão tem sua cultura também. Dentro de uma empresa temos uma cultura que possui valores, normas, regras escritas e não escritas e tudo isso faz parte da cultura da empresa. Então quando eu falo sobre cultura, também falo sobre a cultura organizacional.
E quais são os fatores potencializadores da colaboração intercultural?
São três os fatores que ajudam e amplificam a colaboração dentro de uma empresa, dentro de um projeto. O primeiro é ostorytelling, é contar histórias entre os parceiros, para que as pessoas construam uma conexão entre elas. Por exemplo, no canal do Panamá, as pessoas falavam sobre suas histórias e experiências anteriores. E isso ajuda muito a criar uma conexão entre eles. Outro fator é organizar atividades. Atividades como um happy hour, atividades como team building, como jogar futebol juntos. Qualquer atividade que ajude a criar uma equipe dentro da empresa, ou dentro do projeto. E o último fator é um fator muito mais difícil, que se chama lograr sinergia. Nesse fator as pessoas, os parceiros, tem que adaptar-se, tem que aprender outro idioma, integrar processos, desenhar novos processos ou criar novas normas e regras que são parte de sua nova cultura.
E quais são os fatores restritores da colaboração intercultural?
Também são três. O primeiro são as condições conflitantes, quando as responsabilidades, os papéis dos parceiros não são muito claros para os parceiros. Então é muito difícil para as pessoas saberem como trabalhar em conjunto, quando não está muito claro quem é o meu chefe, por exemplo. Outro é o uso de metáforas, ou uso de labels (jargões) como eu falei, é falar “entre nós” e “entre eles”.
Isso é muito comum em profissões.
Sim, é muito comum, mas não ajuda porque você cria uma distância entre “nós” e “eles”. E o último é o que chama de submarino, é trabalhar como um submarino, isso acontece quando você chega em um projeto, e você realmente foca na sua parte do trabalho, você trabalha nessa parte do projeto, mas você esquece de ver onde estão os outros parceiros.
Uma visão excessivamente vertical sobre a tarefa.
Exato. Quando você sobe a superfície, você se dá conta de que seus parceiros estão em outros lugares e você não trabalhou junto com eles.
E o que os gestores dessas parcerias interculturais poderiam fazer para aliviar esses fatores restritores?
Realmente eles deveriam ter o tema da cultura acima de sua agenda. Sempre ter bem focado o que podem fazer para ajudar a colaboração. Tem várias coisas que eles podem fazer. Uma por exemplo é evitar que as pessoas falem “entre nós” e “eles” para criar um criar uma filosofia, uma visão para todos os empregados terem em mente, para que eles todos saibam onde vão trabalhar, qual deve ser o resultado do projeto, e que todo mundo tenha a mesma visão para concluir o projeto. Isso também ajuda a criar um grupo, isso é importante que ele ajude a criar confiança entre as pessoas, criar relação entre a equipe.
Muito obrigado, Karen!
Obrigada!